Ando pelas ruas, chove. O que eu tenho no bolso é um pedaço de papel molhado com o seu endereço ,( que peguei na mão da sua amiga) e do outro lado a letra da nossa música, rabiscada por mim. Na mão uma garrafa de vodka, vai me ajudar a esquentar e também é uma ótima companheira. O coração quente, latejando, pulsa, pula em uma velocidade escandalosa, parece que vai sair pela boca. Na mente o porquê que estou fazendo isso, mas algum impulso e uma força, não me deixa parar. Eu vou andando,a chuva já vai passando e mistura-se suas gotas com minhas lágrimas, quando lembro-me da nossa última briga. Tomo mais um gole de vodka e quebro, apertando em minhas mãos.Pedaços de vidro ferem minha mão, o sangue vai escorrendo e fico observando. Cor de vida, cor de verdade! Rasgo um pedaço da minha blusa e amarro em minha mão. Olho ao meu redor, aperto a mão do mendigo, e percebo que já estou perto da sua casa. BELA CASA! Doces lembranças, Lembranças que não presenciei. Paro em sua porta : molhada, ferida e um pouco bêbada. Rasgo o papel que estava nossa musica, bato na porta, você aparece. Me olha com seus olhos vivos que vejo o horizonte, sorri, com esse sorriso devorador.Eu hipnotizada, ensaiei tantas coisas, tantas palavras, jeitos e maneiras, mas naquele momento, só lhe digo : É QUE EU PRECISO DIZER QUE EU TE AMO.
